sábado, 3 de setembro de 2011

A Oração na vida do Cristão


A Oração na vida do Cristão
"A oração é um diálogo entre duas pessoas que se amam: Deus e o homem."

“Propôs-lhes Jesus uma parábola para mostrar que é necessário orar sempre sem jamais deixar de fazê-lo.” (Lucas 18, 1).
“Orai sem cessar. (I Tessalonicense 5, 17)
“Recitai entre vós salmos, hinos e cânticos espirituais. Cantai e celebrai de todo o coração os louvores do Senhor. Rendei graças, sem cessar e por todas as coisas, a Deus Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo!” (Efésios 5, 19s).
Mas o que é oração?
É a forma de comunicação com Deus. É um diálogo entre duas pessoas que se amam: Deus e o homem.
 “Para mim, a oração é um impulso do coração, é um simples olhar lançado para o céu, é um grito de gratidão e de amor, tanto no meio da tribulação como no meio da alegria” (Sta. Teresinha).
O QUE É A ORAÇÃO?
A ORAÇÃO COMO DOM DE DEUS
«A oração é a elevação da alma para Deus ou o pedido feito a Deus de bens convenientes» (S. João Damasceno). De onde é que falamos, ao orar? Das alturas do nosso orgulho e da nossa vontade própria, ou das «profundezas» (Sl 130, 1) dum coração humilde e contrito? Aquele que se humilha é que é elevado. A humildade é o fundamento da oração. «Não sabemos o que havemos de pedir para rezarmos como deve ser» (Rm 8, 26). A humildade é a disposição necessária para receber gratuitamente o dom da oração: o homem é um mendigo de Deus (Santo Agostinho).
«Se conhecesses o dom de Deus!» (Jo 4, 10). A maravilha da oração revela-se precisamente, à beira dos poços aonde vamos buscar a nossa água: aí é que Cristo vem ao encontro de todo o ser humano; Ele antecipa-Se a procurar-nos e é Ele que nos pede de beber. Jesus tem sede, e o seu pedido brota das profundezas de Deus que nos deseja. A oração, saibamo-lo ou não, é o encontro da sede de Deus com a nossa. Deus tem sede de que nós tenhamos sede d'Ele (Santo Agostinho).
«Tu é que Lhe terias pedido e Ele te daria água viva» (Jo 4, 10). Paradoxalmente, a nossa oração de súplica é uma resposta. Resposta ao lamento do Deus vivo: «Abandonou-Me a Mim, nascente de águas vivas, e foi escavar cisternas fendidas» (Jr 2, 13); resposta de fé à promessa gratuita da salvação; resposta de amor à sede do Filho Único.
A ORAÇÃO COMO ALIANÇA
De onde procede a oração do homem? Seja qual for à linguagem da oração (gestos e palavras), é o homem todo que ora. Mas para designar o lugar de onde brota a oração, as Escrituras falam às vezes da alma ou do espírito ou, com mais freqüência, do coração (mais de mil vezes). É o coração que ora. Se ele estiver longe de Deus, a expressão da oração será vã.
O coração é a morada onde estou, onde habito (e segundo a expressão semítica ou bíblica, aonde eu «desço»). É o nosso centro oculto, inapreensível, quer para a nossa razão quer para a dos outros: só o Espírito de Deus é que o pode sondar e conhecer. E o lugar da decisão, no mais profundo das nossas tendências psíquicas. É a sede da verdade, onde escolhemos a vida ou a morte. É o lugar do encontro, já que, à imagem de Deus, vivemos em relação: é o lugar da aliança.
A oração cristã é uma relação de aliança entre Deus e o homem em Cristo. É ação de Deus e do homem; jorra do Espírito Santo e de nós, toda orientada para o Pai, em união com a vontade humana do Filho de Deus feito homem.
A ORAÇÃO COMO COMUNHÃO
Na Nova Aliança, a oração é a relação viva dos filhos de Deus com o seu Pai infinitamente bom, com o seu Filho Jesus Cristo e com o Espírito Santo. A graça do Reino é «a união de toda a Santíssima Trindade com a totalidade do espírito» (São Gregório Nazianzo). Assim, a vida de oração consiste em estar habitualmente na presença do Deus três vezes santo e em comunhão com Ele. Esta comunhão de vida é sempre possível porque, pelo Batismo, nos tornamos um só com Cristo. A oração é cristã na medida em que for comunhão com Cristo, dilatando-se na Igreja que é o seu corpo. As suas dimensões são as do amor de Cristo.
A partir desses parágrafos do Catecismo da Igreja Católica, vemos o quanto à oração não é um passatempo, mas algo vital para a vida do cristão. A Oração para nós não é uma opção, mas uma necessidade vital! Ela é uma fonte de graça inesgotável que nos leva a Deus.
O Catecismo da Igreja Católica ainda diz: “A oração é a vida do coração novo e ela deve nos animar a cada momento” (Catecismo da Igreja Católica §  2697)
Santo Afonso de Ligório vai dizer: “É certo que quem reza se salva e que quem não reza se condena”.
São João Crisóstomo disse: “Nada se compara em valor à oração, ela torna possível o que é impossível, fácil o que é difícil. É impossível que caia em pecado o homem que reza”.
Percebe-se então que a oração é VITAL para nós, para nossa vida, para nossa Salvação. Certa vez alguém perguntou à Madre Tereza de Calcutá, como era possível viver o que ela vivia. Ela respondeu sem excitar: “Meu segredo é simples: EU ORO”.
O saudoso Papa João Paulo II disse certa vez: "Se verdadeiramente desejais seguir a Cristo, se quereis que vosso amor a Ele cresça e dure, deveis ser assíduos à oração. Ela é a chave da vitalidade do vosso viver em Cristo. Sem a oração vossa fé e vosso amor morrerão".
O bem-aventurado Papa João XXIII deixou essa mensagem: “um homem sem oração é como um jardim sem flores”.
Orar é como duas pessoas se amando”, escreveu Santa Tereza D’Ávila.
São de Santo Agostinho essas palavras: “a oração é a fraqueza de Deus e a força do homem”.
São Francisco de Assis instruía seus frades ensinando que “Orar é possuir o Espírito do Senhor e seu santo modo de operar”.
Por conta de cada uma dessas frases e conceitos, se percebe o quanto realmente a oração, o ato de orar, de ter uma comunhão com Deus é algo VITAL para nossa vida de cristãos.
E ela deve amadurecer com o tempo. Imagina o seguinte: quando éramos bebê, nossa alimentação era própria para bebê. À medida que fomos crescendo e tomando corpo nossa alimentação também foi se adaptando a essa nova realidade. O que acha que aconteceria se uma pessoa adulta desejasse alimentar-se de comida de bebê? Ficaríamos anêmicos. É TEMPO DE AMADURECERMOS NA ORAÇÃO.
No inicio uma oração boa era aquela que eu chorava, me sentia aliviado, amado, desejado por Deus, sentia felicidade, etc. Contudo, com o passar do tempo e amadurecimento, esses sentimentos não são os que mais importam, pois a certeza de fé madura diz que “Ele está no meio de nós” e que sendo Ele Deus, cabe a eu render a Ele meu coração e vida, minha oração. Já não rezo/oro pelo que vou sentir ou experimentar, mas busco a oração pelo o que ele é: DEUS.
Uma de minhas mais profundas experiências na oração pessoal se deu em uma praia. Eu estava sentado em um monte de areia olhando o mar e fazendo minha oração. Quando eu estava para terminar minha oração, senti que o Senhor me impulsionava a caminhar a beira do mar. Fui, e foi quando ele me disse que eu precisava me lançar a águas mais profundas na minha intimidade com Ele, que eu deveria deixar a margem. Comecei a fazer isso concretamente, fui me lançando mar adentro, foi quando entendi o que o Senhor queria me falar. Enquanto eu me mantinha na margem meus pés se apoiavam no fundo e minha segurança ainda estava em mim mesmo, mas quando me lancei mar adentro, eu já não tinha mais a segurança do fundo, e as águas poderiam me levar para onde o vento soprasse. Compreendi que esse vento era o Espírito Santo, soprando para onde à vontade de Deus queria me levar.
Você precisa ter a coragem de ir à “águas mais profundas” na sua vida de oração.
Sede sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o demônio, anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar” (I Pedro 5, 8)
Santo Afonso de Ligório vai dizer: “É certo que quem reza se salva e que quem não reza se condena”.
São João Crisóstomo disse: “Nada se compara em valor à oração, ela torna possível o que é impossível, fácil o que é difícil. É impossível que caia em pecado o homem que reza”.
Um sintoma de que nossa vida de oração esta anêmica é quando pecamos e o pecado não mais nos incomoda. Ele passa a ser algo “natural”/”comum” não nos machuca mais. Sabe por que? Por que perdemos a imunidade e não conseguimos mais reagir contra.
 “Desperta tu que dormes! Levanta-te dentre os mortos e Cristo de iluminará” (Efésios 5, 14b)
Cada um de nós precisa redescobrir a importância e o lugar da ORAÇÃO em nossas vidas.
Orígenes vai dizer: “Ora sem cessar aquele que une a oração às obras e as obras à oração. Somente dessa forma podemos considerar como realizável o princípio de orar sem cessar”.
É certo que cada um de nós responde a esse apelo do Senhor de acordo com a determinação do nosso coração e as expressões pessoais de sua oração.
Contudo essas expressões podem ser vividas em Grupo (Comunidade) e pessoalmente. Vivê-las em comunidade não é tão complicado. O Grupo de oração é um exemplo disso. Porém, vive-la em comunidade com mais intensidade vai ser fruto da vivência da mesma individualmente. Ou seja, quando eu cultivar uma Oração Pessoal.
Para bem viver a Oração Pessoal, precisamos encará-la como a um encontro:
1.     Local do encontro: escolher um lugar favorável para oração: uma igreja/capela, um cantinho em casa com um oratório. (Lucas 5,16 / Mateus 14,23 / Marcos 1,35)
2.     Horário: ter uma hora marcada e tempo marcado: “Não fazemos oração quando temos tempo, reservamos um tempo para sermos do Senhor…” (Catecismo da Igreja Católica §  2710)
O que eu preciso levar para a oração? Vá livre para oração, sem esperar receber ou sentir algo. Apenas vá com a certeza no coração de estar indo ao encontro do Amado. Leve com você um caderno, uma bíblica, ou um livro de salmos, de um santo.
Mas preciso alertá-los: “A oração é uma atividade que exige esforço e cansa. Ela nos põe em combate”. A oração supõe um esforço e uma luta contra nós mesmos e contra as armadilhas do Tentador, sendo inseparável do combate espiritual.
Várias tentações se lançam contra os momentos de oração: a distração, a aridez, a experiência dos nossos fracassos, as concepções errôneas, a falta de fé, a acídia (semelhante ao desânimo), as diversas correntes da mentalidade... Mas o remédio está na fé, na conversão e na vigilância do coração. Devemos rezar sempre que possível, por ser uma necessidade vital.

ORAÇÃO E VIDA CRISTÃ SÃO INSEPARÁVEIS!
Mas Deus não nos deixa sozinhos nesse combate nos dá o auxílio do Espírito Santo que “vem em nosso Socorro” (Romanos  8, 26).
Não nos é prescrito que trabalhemos, vigiemos e jejuemos constantemente, enquanto para nós, é lei rezar sem cessar” (Catecismo da Igreja Católica § 2742).


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