terça-feira, 22 de maio de 2012


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sábado, 14 de abril de 2012

Não desista do que é certo por causa das dificuldades!

Não desista do que é certo por causa das dificuldades!

A nós, seres humanos, cabem os projetos do nosso dia, da nossa vida; mas a resposta e a inspiração vêm de Deus. O homem deve planejar, mas para nós que somos cristãos isso também significa interpretar o plano de amor do Pai para conosco. Esse plano vai se revelando pouco a pouco e precisamos descobri-lo.
Existem muitas pessoas que me perguntam: Por que Deus não nos revela tudo de uma vez? Primeiro, porque saber de tudo que vai acontecer na nossa vida seria muito chato. O incrível da vida é a surpresa do dia a dia. Depois, porque existem coisas que só poderemos saber quando estivermos preparados. Saber antes só iria prolongar o sofrimento.
Deus sabe o que faz e só permite o sofrimento para que cresçamos e nos convertamos. O plano de Deus Pai só se realiza na nossa vida se nós colaborarmos com Ele. O plano não é imposto, é proposto. Há muitas pessoas que não aceitam o projeto de Deus e preferem ficar com o seu pequeno [projeto], alegando que a vida é delas e que fazem o que quiserem.
O caminho do Senhor, pode acreditar, é muito melhor que o seu! Os projetos de Deus para a sua vida são maiores do que você pode imaginar e do que os seus desejos humanos possam querer. Você deve sonhar, porque os sonhos nos levam para frente, mas é preciso estar atento à voz do Pai.
Todo caminho tem seus altos e baixos e você precisa de oração para permanecer na verdade. Não desista do que é certo por causa das dificuldades! Tenha misericórdia de você e das pessoas que o amam e pare de insistir no caminho errado!
Como você espera ser atendido por Deus se você vive magoando seus irmãos? Sim, porque, ao insistir em algo errado, as pessoas que amam você se magoam. Qual é o pai que presenteia um filho que vive massacrando o irmão? Normalmente, o pai coloca-o de castigo.
Primeiro, você precisa sair do caminho do mal, depois, persistir no caminho do bem. Porque não adianta sair e, tempos depois, cair nos mesmos erros de antes. Como evitamos isso? No versículo 6 da passagem que estamos refletindo hoje aparece a resposta: “É pela bondade e pela verdade que se expia a iniquidade; pelo temor do Senhor evita-se o mal”.
Confie os seus negócios ao Senhor e os seus planos terão êxito, meu irmão! É na intimidade, no seu encontro com o Senhor pela oração, que você descobre o que Ele quer de você. A demora de Deus também é uma resposta. É uma preparação para você receber o que deseja. O Senhor fez Moisés esperar 40 anos para receber o seu pedido, que era a libertação do seu povo.
Esperar não é fácil, mas essa disciplina que o Pai nos dá ajuda muito no nosso crescimento. Confie seus projetos nas mãos de Deus, faça essa experiência e compreenda que esta Palavra é verdade.
Márcio Mendes
Missionário da Comunidade Canção Nova

Oração para pedir a Castidade

Oração para pedir a Castidade


Senhor Jesus Cristo, esposo da minha alma, deleite do meu coração, verdade do meu coração e da minha alma. Me ajoelho diante de Ti e te peço, com todo o fervor do qual sou capaz, de conceder-me a graça de perseverar e crescer cada dia na vida de fé.
Por isso, doce Jesus, faz que eu rejeite cada tentação, ponha um freio aos desejos da carne e aos desejos das riquezas que se agitam na minha alma.
Concede-me, com a tua ajuda, a graça de guardar a castidade e a pureza do coração.
Ó santíssima e imaculada Virgem Maria, virgem das virgens e mãe nossa amadíssima, purifica cada dia o meu coração e a minha alma, pede para. Mim o santo temor do Senhor e a graça da temperança.
São José, guardião da virgindade de Maria, guarda a minha alma de cada pecado.
Gloriosos arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael, espelhos de humildade e de pureza, com a potência divina dá-me força e coragem nas provas da vida, defende-me de todas as tentações do maligno, guarda-me na paz.
Vós todas Virgens santas, que seguiram em toda parte o Cordeiro divino, intercedei por mim de modo que não peque em pensamentos, palavras, obras e omissões e jamais me separe do coração puríssimo de Jesus.
Amém!

«As vocações, dom do amor de Deus»

«As vocações, dom do amor de Deus»

Mensagem do Papa Bento XVI para a 49º Dia Mundial de Oração pelas Vocações
Amados irmãos e irmãs!
O XLIX Dia Mundial de Oração pelas Vocações, que será celebrado no IV domingo de Páscoa – 29 de Abril de 2012 –, convida-nos a refletir sobre o tema «As vocações, dom do amor de Deus».
A fonte de todo o dom perfeito é Deus, e Deus é Amor – Deus caritas est –; «quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele» (1 Jo 4, 16). A Sagrada Escritura narra a história deste vínculo primordial de Deus com a humanidade, que antecede a própria criação. Ao escrever aos cristãos da cidade de Éfeso, São Paulo eleva um hino de gratidão e louvor ao Pai pela infinita benevolência com que predispõe, ao longo dos séculos, o cumprimento do seu desígnio universal de salvação, que é um desígnio de amor. No Filho Jesus, Ele «escolheu-nos – afirma o Apóstolo – antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em caridade na sua presença» (Ef 1, 4). Fomos amados por Deus, ainda «antes» de começarmos a existir! Movido exclusivamente pelo seu amor incondicional, «criou-nos do nada» (cf. 2 Mac 7, 28) para nos conduzir à plena comunhão consigo.
À vista da obra realizada por Deus na sua providência, o salmista exclama maravilhado: «Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos, a Lua e as estrelas que Vós criastes, que é o homem para Vos lembrardes dele, o filho do homem para com ele Vos preocupardes?» (Sal 8, 4-5). Assim, a verdade profunda da nossa existência está contida neste mistério admirável: cada criatura, e particularmente cada pessoa humana, é fruto de um pensamento e de um ato de amor de Deus, amor imenso, fiel e eterno (cf. Jer 31, 3). É a descoberta deste fato que muda, verdadeira e profundamente, a nossa vida.
Numa conhecida página das Confissões, Santo Agostinho exprime, com grande intensidade, a sua descoberta de Deus, beleza suprema e supremo amor, um Deus que sempre estivera com ele e ao qual, finalmente, abria a mente e o coração para ser transformado: «Tarde Vos amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde Vos amei! Vós estáveis dentro de mim, mas eu estava fora, e fora de mim Vos procurava; com o meu espírito deformado, precipitava-me sobre as coisas formosas que criastes. Estáveis comigo e eu não estava convosco. Retinha-me longe de Vós aquilo que não existiria, se não existisse em Vós. Chamastes-me, clamastes e rompestes a minha surdez. Brilhastes, resplandecestes e dissipastes a minha cegueira. Exalastes sobre mim o vosso perfume: aspirei-o profundamente, e agora suspiro por Vós. Saboreei-Vos e agora tenho fome e sede de Vós. Tocastes-me e agora desejo ardentemente a vossa paz» (Confissões, X, 27-38). O santo de Hipona procura, através destas imagens, descrever o mistério inefável do encontro com Deus, com o seu amor que transforma a existência inteira.
Trata-se de um amor sem reservas que nos precede, sustenta e chama ao longo do caminho da vida e que tem a sua raiz na gratuidade absoluta de Deus. O meu antecessor, o Beato João Paulo II, afirmava – referindo-se ao ministério sacerdotal – que cada «gesto ministerial, enquanto leva a amar e a servir a Igreja, impele a amadurecer cada vez mais no amor e no serviço a Jesus Cristo Cabeça, Pastor e Esposo da Igreja, um amor que se configura sempre como resposta ao amor prévio, livre e gratuito de Deus em Cristo» (Exort. ap. Pastores dabo vobis, 25). De fato, cada vocação específica nasce da iniciativa de Deus, é dom do amor de Deus! É Ele que realiza o «primeiro passo», e não o faz por uma particular bondade que teria vislumbrado em nós, mas em virtude da presença do seu próprio amor «derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo» (Rm 5, 5).
Em todo o tempo, na origem do chamamento divino está a iniciativa do amor infinito de Deus, que se manifesta plenamente em Jesus Cristo. «Com efeito – como escrevi na minha primeira Encíclica, Deus caritas est – existe uma múltipla visibilidade de Deus. Na história de amor que a Bíblia nos narra, Ele vem ao nosso encontro, procura conquistar-nos – até à Última Ceia, até ao Coração trespassado na cruz, até às aparições do Ressuscitado e às grandes obras pelas quais Ele, através da ação dos Apóstolos, guiou o caminho da Igreja nascente. Também na sucessiva história da Igreja, o Senhor não esteve ausente: incessantemente vem ao nosso encontro, através de pessoas nas quais Ele Se revela; através da sua Palavra, nos Sacramentos, especialmente na Eucaristia» (n.º 17).
O amor de Deus permanece para sempre; é fiel a si mesmo, à «promessa que jurou manter por mil gerações» (Sal 105, 8). Por isso é preciso anunciar de novo, especialmente às novas gerações, a beleza persuasiva deste amor divino, que precede e acompanha: este amor é a mola secreta, a causa que não falha, mesmo nas circunstâncias mais difíceis.
Amados irmãos e irmãs, é a este amor que devemos abrir a nossa vida; cada dia, Jesus Cristo chama-nos à perfeição do amor do Pai (cf. Mt 5, 48). Na realidade, a medida alta da vida cristã consiste em amar «como» Deus; trata-se de um amor que, no dom total de si, se manifesta fiel e fecundo. À prioresa do mosteiro de Segóvia, que fizera saber a São João da Cruz a pena que sentia pela dramática situação de suspensão em que ele então se encontrava, este santo responde convidando-a a agir como Deus: «A única coisa que deve pensar é que tudo é predisposto por Deus; e onde não há amor, semeie amor e recolherá amor» (Epistolário, 26).
Neste terreno de um coração em oblação, na abertura ao amor de Deus e como fruto deste amor, nascem e crescem todas as vocações. E é bebendo nesta fonte durante a oração, através duma familiaridade assídua com a Palavra e os Sacramentos, nomeadamente a Eucaristia, que é possível viver o amor ao próximo, em cujo rosto se aprende a vislumbrar o de Cristo Senhor (cf. Mt 25, 31-46). Para exprimir a ligação indivisível entre estes «dois amores» – o amor a Deus e o amor ao próximo – que brotam da mesma fonte divina e para ela se orientam, o Papa São Gregório Magno usa o exemplo da plantinha: «No terreno do nosso coração, [Deus] plantou primeiro a raiz do amor a Ele e depois, como ramagem, desenvolveu-se o amor fraterno» (Moralia in Job, VII, 24, 28: PL 75, 780D).
Estas duas expressões do único amor divino devem ser vividas, com particular vigor e pureza de coração, por aqueles que decidiram empreender um caminho de discernimento vocacional em ordem ao ministério sacerdotal e à vida consagrada; aquelas constituem o seu elemento qualificante. De fato, o amor a Deus, do qual os presbíteros e os religiosos se tornam imagens visíveis – embora sempre imperfeitas –, é a causa da resposta à vocação de especial consagração ao Senhor através da ordenação presbiteral ou da profissão dos conselhos evangélicos. O vigor da resposta de São Pedro ao divino Mestre – «Tu sabes que Te amo» (Jo 21, 15) – é o segredo duma existência doada e vivida em plenitude e, por isso, repleta de profunda alegria.
A outra expressão concreta do amor – o amor ao próximo, sobretudo às pessoas mais necessitadas e atribuladas – é o impulso decisivo que faz do sacerdote e da pessoa consagrada um gerador de comunhão entre as pessoas e um semeador de esperança. A relação dos consagrados, especialmente do sacerdote, com a comunidade cristã é vital e torna-se parte fundamental também do seu horizonte afetivo. A este propósito, o Santo Cura d’Ars gostava de repetir: «O padre não é padre para si mesmo; é-o para vós» [Le curé d’Ars. Sa pensée – Son cœur ( ed. Foi Vivante - 1966), p. 100].
Venerados Irmãos no episcopado, amados presbíteros, diáconos, consagrados e consagradas, catequistas, agentes pastorais e todos vós que estais empenhados no campo da educação das novas gerações, exorto-vos, com viva solicitude, a uma escuta atenta de quantos, no âmbito das comunidades paroquiais, associações e movimentos, sentem manifestar-se os sinais duma vocação para o sacerdócio ou para uma especial consagração. É importante que se criem, na Igreja, as condições favoráveis para poderem desabrochar muitos «sins», respostas generosas ao amoroso chamamento de Deus.
É tarefa da pastoral vocacional oferecer os pontos de orientação para um percurso frutuoso. Elemento central há de ser o amor à Palavra de Deus, cultivando uma familiaridade crescente com a Sagrada Escritura e uma oração pessoal e comunitária devota e constante, para ser capaz de escutar o chamamento divino no meio de tantas vozes que inundam a vida diária. Mas o «centro vital» de todo o caminho vocacional seja, sobretudo, a Eucaristia: é aqui no sacrifício de Cristo, expressão perfeita de amor, que o amor de Deus nos toca; e é aqui que aprendemos incessantemente a viver a «medida alta» do amor de Deus. Palavra, oração e Eucaristia constituem o tesouro precioso para se compreender a beleza duma vida totalmente gasta pelo Reino.
Desejo que as Igrejas locais, nas suas várias componentes, se tornem «lugar» de vigilante discernimento e de verificação vocacional profunda, oferecendo aos jovens e às jovens um acompanhamento espiritual sábio e vigoroso. Deste modo, a própria comunidade cristã torna-se manifestação do amor de Deus, que guarda em si mesma cada vocação. Tal dinâmica, que corresponde às exigências do mandamento novo de Jesus, pode encontrar uma expressiva e singular realização nas famílias cristãs, cujo amor é expressão do amor de Cristo, que Se entregou a Si mesmo pela sua Igreja (cf. Ef 5, 25).
Nas famílias, «comunidades de vida e de amor» (Gaudium et spes, 48), as novas gerações podem fazer uma experiência maravilhosa do amor de oblação. De fato, as famílias são não apenas o lugar privilegiado da formação humana e cristã, mas podem constituir também «o primeiro e o melhor seminário da vocação à vida consagrada pelo Reino de Deus» (Exort. ap. Familiaris consortio, 53), fazendo descobrir, mesmo no âmbito da família, a beleza e a importância do sacerdócio e da vida consagrada. Que os Pastores e todos os fiéis leigos colaborem entre si para que, na Igreja, se multipliquem estas «casas e escolas de comunhão» a exemplo da Sagrada Família de Nazaré, reflexo harmonioso na terra da vida da Santíssima Trindade.
Com estes votos, concedo de todo o coração a Bênção Apostólica a vós, veneráveis Irmãos no episcopado, aos sacerdotes, aos diáconos, aos religiosos, às religiosas e a todos os fiéis leigos, especialmente aos jovens e às jovens que, de coração dócil, se põem à escuta da voz de Deus, prontos a acolhê-la com uma adesão generosa e fiel.
Vaticano, 18 de Outubro de 2011.
Mensagem de Sua Santidade Bento XVI
para a Quaresma de 2012
“Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos
ao amor e às boas obras” (Heb 10, 24)

Irmãos e irmãs! A Quaresma oferece-nos a oportunidade de refletir mais uma vez sobre o cerne da vida cristã: o amor. Com efeito, este é um tempo propício para renovarmos, com a ajuda da Palavra de Deus e dos Sacramentos, o nosso caminho pessoal e comunitário de fé. Trata-se de um percurso marcado pela oração e a partilha, pelo silêncio e o jejum, com a esperança de viver a alegria pascal.
Desejo, este ano, propor alguns pensamentos inspirados num breve texto bíblico tirado da Carta aos Hebreus: «Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras» (10, 24). Esta frase aparece inserida numa passagem onde o escritor sagrado exorta a ter confiança em Jesus Cristo como Sumo Sacerdote, que nos obteve o perdão e o acesso a Deus. O fruto do acolhimento de Cristo é uma vida edificada segundo as três virtudes teologais: trata-se de nos aproximarmos do Senhor «com um coração sincero, com a plena segurança da fé» (v. 22), de conservarmos firmemente «a profissão da nossa esperança» (v. 23), numa solicitude constante por praticar, juntamente com os irmãos, «o amor e as boas obras» (v. 24). Na passagem em questão afirma-se também que é importante, para apoiar esta conduta evangélica, participar nos encontros litúrgicos e na oração da comunidade, com os olhos fixos na meta escatológica: a plena comunhão em Deus (v. 25). Detenho-me no versículo 24, que, em poucas palavras, oferece um ensinamento precioso e sempre atual sobre três aspectos da vida cristã: prestar atenção ao outro, a reciprocidade e a santidade pessoal.
  1. «Prestemos atenção»: a responsabilidade pelo irmão.
O primeiro elemento é o convite a «prestar atenção»: o verbo grego usado é katanoein, que significa observar bem, estar atento, olhar conscienciosamente, dar-se conta de uma realidade. Encontramo-lo no Evangelho, quando Jesus convida os discípulos a «observar» as aves do céu, que não se preocupam com o alimento e, todavia, são objeto de solícita e cuidadosa Providência divina (cf. Lc 12, 24), e a «dar-se conta» da trave que têm na própria vista antes de reparar no argueiro que está na vista do irmão (cf. Lc 6, 41). Encontramos o referido verbo também noutro trecho da mesma Carta aos Hebreus, quando convida a «considerar Jesus» (3, 1) como o Apóstolo e o Sumo Sacerdote da nossa fé. Por conseguinte o verbo, que aparece na abertura da nossa exortação, convida a fixar o olhar no outro, a começar por Jesus, e a estar atentos uns aos outros, a não se mostrar alheio e indiferente ao destino dos irmãos. Mas, com frequência, prevalece a atitude contrária: a indiferença, o desinteresse, que nascem do egoísmo, mascarado por uma aparência de respeito pela «esfera privada». Também hoje ressoa, com vigor, a voz do Senhor que chama cada um de nós a cuidar do outro. Também hoje Deus nos pede para sermos o «guarda» dos nossos irmãos (cf. Gn 4, 9), para estabelecermos relações caracterizadas por recíproca solicitude, pela atenção ao bem do outro e a todo o seu bem. O grande mandamento do amor ao próximo exige e incita a consciência a sentir-se responsável por quem, como eu, é criatura e filho de Deus: o fato de sermos irmãos em humanidade e, em muitos casos, também na fé deve levar-nos a ver no outro um verdadeiro alter ego (outro eu), infinitamente amado pelo Senhor. Se cultivarmos este olhar de fraternidade, brotarão naturalmente do nosso coração a solidariedade, a justiça, bem como a misericórdia e a compaixão.
O Servo de Deus Paulo VI afirmava que o mundo atual sofre sobretudo de falta de fraternidade: «O mundo está doente. O seu mal reside mais na crise de fraternidade entre os homens e entre os povos, do que na esterilização ou no monopólio, que alguns fazem, dos recursos do universo» (Carta enc. Populorum progressio, 66). A atenção ao outro inclui que se deseje, para ele ou para ela, o bem sob todos os seus aspectos: físico, moral e espiritual. Parece que a cultura contemporânea perdeu o sentido do bem e do mal, sendo necessário reafirmar com vigor que o bem existe e vence, porque Deus é «bom e faz o bem» (Sal 119/118, 68). O bem é aquilo que suscita, protege e promove a vida, a fraternidade e a comunhão. Assim a responsabilidade pelo próximo significa querer e favorecer o bem do outro, desejando que também ele se abra à lógica do bem; interessar-se pelo irmão quer dizer abrir os olhos às suas necessidades. A Sagrada Escritura adverte contra o perigo de ter o coração endurecido por uma espécie de «anestesia espiritual», que nos torna cegos aos sofrimentos alheios. O evangelista Lucas narra duas parábolas de Jesus, nas quais são indicados dois exemplos desta situação que se pode criar no coração do homem. Na parábola do bom Samaritano, o sacerdote e o levita, com indiferença, «passam ao largo» do homem assaltado e espancado pelos salteadores (cf. Lc 10, 30-32), e, na do rico avarento, um homem saciado de bens não se dá conta da condição do pobre Lázaro que morre de fome à sua porta (cf. Lc 16, 19). Em ambos os casos, deparamo-nos com o contrário de «prestar atenção», de olhar com amor e compaixão. O que é que impede este olhar feito de humanidade e de carinho pelo irmão? Com frequência, é a riqueza material e a saciedade, mas pode ser também o antepor a tudo os nossos interesses e preocupações próprias. Sempre devemos ser capazes de «ter misericórdia» por quem sofre; o nosso coração nunca deve estar tão absorvido pelas nossas coisas e problemas que fique surdo ao brado do pobre. Diversamente, a humildade de coração e a experiência pessoal do sofrimento podem, precisamente, revelar-se fonte de um despertar interior para a compaixão e a empatia: «O justo conhece a causa dos pobres, porém o ímpio não o compreende» (Prov 29, 7). Deste modo entende-se a bem-aventurança «dos que choram» (Mt 5, 4), isto é, de quantos são capazes de sair de si mesmos porque se comoveram com o sofrimento alheio. O encontro com o outro e a abertura do coração às suas necessidades são ocasião de salvação e de bem-aventurança.
O fato de «prestar atenção» ao irmão inclui, igualmente, a solicitude pelo seu bem espiritual. E aqui desejo recordar um aspecto da vida cristã que me parece esquecido: a correção fraterna, tendo em vista a salvação eterna. De forma geral, hoje se é muito sensível ao tema do cuidado e do amor que visa o bem físico e material dos outros, mas quase não se fala da responsabilidade espiritual pelos irmãos. Na Igreja dos primeiros tempos não era assim, como não o é nas comunidades verdadeiramente maduras na fé, nas quais se tem a peito não só a saúde corporal do irmão, mas também a da sua alma tendo em vista o seu destino derradeiro. Lemos na Sagrada Escritura: «Repreende o sábio e ele te amará. Dá conselhos ao sábio e ele tornar-se-á ainda mais sábio, ensina o justo e ele aumentará o seu saber» (Prov 9, 8-9). O próprio Cristo manda repreender o irmão que cometeu um pecado (cf. Mt 18, 15). O verbo usado para exprimir a correção fraterna – elenchein – é o mesmo que indica a missão profética, própria dos cristãos, de denunciar uma geração que se faz condescendente com o mal (cf. Ef 5, 11). A tradição da Igreja enumera entre as obras espirituais de misericórdia a de «corrigir os que erram». É importante recuperar esta dimensão do amor cristão. Não devemos ficar calados diante do mal. Penso aqui na atitude daqueles cristãos que preferem, por respeito humano ou mera comodidade, adequar-se à mentalidade comum em vez de alertar os próprios irmãos contra modos de pensar e agir que contradizem a verdade e não seguem o caminho do bem.
Entretanto a advertência cristã nunca há de ser animada por espírito de condenação ou censura; é sempre movida pelo amor e a misericórdia e brota duma verdadeira solicitude pelo bem do irmão. Diz o apóstolo Paulo: «Se porventura um homem for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi essa pessoa com espírito de mansidão, e tu olha para ti próprio, não estejas também tu a ser tentado» (Gl 6, 1). Neste nosso mundo impregnado de individualismo, é necessário redescobrir a importância da correção fraterna, para caminharmos juntos para a santidade. É que «sete vezes cai o justo» (Prov 24, 16) – diz a Escritura –, e todos nós somos frágeis e imperfeitos (cf. 1 Jo 1, 8). Por isso, é um grande serviço ajudar, e deixar-se ajudar, a ler com verdade dentro de si mesmo, para melhorar a própria vida e seguir mais retamente o caminho do Senhor. Há sempre necessidade de um olhar que ama e corrige, que conhece e reconhece, que discerne e perdoa (cf. Lc 22, 61), como fez, e faz, Deus com cada um de nós.
  1. «Uns aos outros»: o dom da reciprocidade.
O fato de sermos o «guarda» dos outros contrasta com uma mentalidade que, reduzindo a vida unicamente à dimensão terrena, deixa de a considerar na sua perspectiva escatológica e aceita qualquer opção moral em nome da liberdade individual. Uma sociedade como a atual pode tornar-se surda quer aos sofrimentos físicos, quer às exigências espirituais e morais da vida. Não deve ser assim na comunidade cristã! O apóstolo Paulo convida a procurar o que «leva à paz e à edificação mútua» (Rm 14, 19), favorecendo o «próximo no bem, em ordem à construção da comunidade» (Rm 15, 2), sem buscar «o próprio interesse, mas o do maior número, a fim de que eles sejam salvos» (1 Cor 10, 33). Esta recíproca correção e exortação, em espírito de humildade e de amor, deve fazer parte da vida da comunidade cristã.
Os discípulos do Senhor, unidos a Cristo através da Eucaristia, vivem numa comunhão que os liga uns aos outros como membros de um só corpo. Isto significa que o outro me pertence: a sua vida, a sua salvação têm a ver com a minha vida e a minha salvação. Tocamos aqui um elemento muito profundo da comunhão: a nossa existência está ligada com a dos outros, quer no bem quer no mal; tanto o pecado como as obras de amor possuem também uma dimensão social. Na Igreja, corpo místico de Cristo, verifica-se esta reciprocidade: a comunidade não cessa de fazer penitência e implorar perdão para os pecados dos seus filhos, mas alegra-se contínua e jubilosamente também com os testemunhos de virtude e de amor que nela se manifestam. Que «os membros tenham a mesma solicitude uns para com os outros» (1 Cor 12, 25) – afirma São Paulo –, porque somos um e o mesmo corpo. O amor pelos irmãos, do qual é expressão a esmola – típica prática quaresmal, juntamente com a oração e o jejum – radica-se nesta pertença comum. Também com a preocupação concreta pelos mais pobres, pode cada cristão expressar a sua participação no único corpo que é a Igreja. E é também atenção aos outros na reciprocidade saber reconhecer o bem que o Senhor faz neles e agradecer com eles pelos prodígios da graça que Deus, bom e onipotente, continua a realizar nos seus filhos. Quando um cristão vislumbra no outro a ação do Espírito Santo, não pode deixar de se alegrar e dar glória ao Pai celeste (cf. Mt 5, 16).
  1. «Para nos estimularmos ao amor e às boas obras»: caminhar juntos na santidade.
Esta afirmação da Carta aos Hebreus (10, 24) impele-nos a considerar a vocação universal à santidade como o caminho constante na vida espiritual, a aspirar aos carismas mais elevados e a um amor cada vez mais alto e fecundo (cf. 1 Cor 12, 31 – 13, 13). A atenção recíproca tem como finalidade estimular-se, mutuamente, a um amor efetivo sempre maior, «como a luz da aurora, que cresce até ao romper do dia» (Prov 4, 18), à espera de viver o dia sem ocaso em Deus. O tempo, que nos é concedido na nossa vida, é precioso para descobrir e realizar as boas obras, no amor de Deus. Assim a própria Igreja cresce e se desenvolve para chegar à plena maturidade de Cristo (cf. Ef 4, 13). É nesta perspectiva dinâmica de crescimento que se situa a nossa exortação a estimular-nos reciprocamente para chegar à plenitude do amor e das boas obras.
Infelizmente, está sempre presente a tentação da tibieza, de sufocar o Espírito, da recusa de «pôr a render os talentos» que nos foram dados para bem nosso e dos outros (cf. Mt 25, 24-28). Todos recebemos riquezas espirituais ou materiais úteis para a realização do plano divino, para o bem da Igreja e para a nossa salvação pessoal (cf. Lc 12, 21; 1 Tm 6, 18). Os mestres espirituais lembram que, na vida de fé, quem não avança, recua. Queridos irmãos e irmãs, acolhamos o convite, sempre atual, para tendermos à «medida alta da vida cristã» (João Paulo II, Carta ap.
Novo millennio ineunte, 31). A Igreja, na sua sabedoria, ao reconhecer e proclamar a bem-aventurança e a santidade de alguns cristãos exemplares, tem como finalidade também suscitar o desejo de imitar as suas virtudes. São Paulo exorta: «Adiantai-vos uns aos outros na mútua estima» (Rm 12, 10).
Que todos, à vista de um mundo que exige dos cristãos um renovado testemunho de amor e fidelidade ao Senhor, sintam a urgência de esforçar-se por adiantar no amor, no serviço e nas obras boas (cf. Heb 6, 10). Este apelo ressoa particularmente forte neste tempo santo de preparação para a Páscoa. Com votos de uma Quaresma santa e fecunda, confio-vos à intercessão da Bem-aventurada Virgem Maria e, de coração, concedo a todos a Bênção Apostólica.
Vaticano, 3 de Novembro de 2011
[Benedictus PP. XVI]

Seguir Jesus

Seguir Jesus

Ser membro de Cristo é ser membro comprometido com a comunidade


Nos Evangelhos, pode-se perceber a íntima relação entre o anúncio de João Batista e o anúncio de Jesus, que assume o caminho aberto pelo Batista, completando-o, como o caminho para a vida eterna em Deus. Na narrativa do Evangelho de João, a própria formação do discipulado em torno de Jesus se inicia entre os discípulos de João Batista.

Para os três primeiros discípulos, não há um chamado explícito, de forma sumária, como aparece nas narrativas de Marcos e Mateus. Nestas, às margens do Mar da Galileia, Jesus chama os discípulos que pescavam: ”Segui-me...”
Em João, a experiência do convívio com Jesus é que estabelece o vínculo do discipulado e leva cada discípulo a comunicá-la a outros. O breve diálogo que se estabelece é revelador: ”Que procurais?... “Mestre, onde moras?”... “Vinde e vede!” É doce o encontro com Jesus “onde ele mora”, isto é, na intimidade, na sua simplicidade e no seu acolhimento. Firma-se assim a vocação destes discípulos, que vão comunicá-lo a Pedro, que se faz também seguidor de Jesus.

A adesão a Jesus, Filho de Deus encarnado entre nós, se dá a partir de relações pessoais, em um processo comunitário. No Antigo Testamento, o chamado de Deus é feito em visões ou aparições individuais.
São Paulo usa as imagens dos membros do corpo e do templo para afirmar a unidade de todos em Cristo e a santidade do corpo. Pertencer a Cristo, ser membro de Cristo é ser membro da comunidade.

Ser membro de Cristo é ser membro comprometido com a comunidade, de corpo e espírito. A importância e a dignidade da corporeidade resultam da encarnação do Filho de Deus, pela qual o corpo, como mediador da solidariedade e da prática da justiça, é assumido na divindade. Seguir Jesus é anunciar ao que Ele pregou, viver como ele pregou e crescer sempre na busca de ouvir o que Ele tem a nos dizer. Vinde e vede!
Dom Eurico S. Veloso

Vontade de Deus, nosso lugar

Vontade de Deus, nosso lugar

Nela o homem encontra a realização plena


Como Cristo, no Horto das Oliveiras, também nós, em oração, devemos ser capazes de levar a Deus nossos cansaços, sofrimentos, todo o nosso compromisso cotidiano de segui-Lo, e também todas as dificuldades e pesos provocados pelo mal que há em nosso redor. Este foi o ensinamento dado pelo Papa Bento XVI, a respeito da oração de Jesus no Getsêmani, em sua catequese do dia 1º de fevereiro de 2012.
Segundo o Sumo Pontífice a vontade humana encontra sua realização plena no abandono total a Deus, como ensinado por São Máximo, o Confessor, segundo o qual “desde o momento da criação do homem e da mulher, a vontade humana está orientada para a vontade divina e é no 'sim' a Deus que esta [vontade humana] é plenamente livre e encontra sua realização”.
Jesus, no Monte das Oliveiras, nos diz que apenas conformando a nossa vontade à vontade divina, o ser humano atinge a sua verdadeira estatura. Porque Jesus, no Getsêmani, mudou a vontade humana na vontade divina, revivendo o homem real. Em sua catequese, o Papa recordou a oração do Pai-Nosso na qual o Senhor disse: “Seja feita vossa vontade assim na terra como no céu”. Desta forma há uma vontade de Deus para nós e esta deve tornar-se cada vez mais a referência da nossa vontade e do nosso ser.
Na oração de Jesus ao Pai, naquela noite no Getsêmani, Sua vontade humana, abalada pelo medo e pela angústia, foi elevada à vontade divina, para que esta se cumprisse na terra. Assim deve ser nossa oração, “devemos aprender a confiar mais na Providência Divina, a pedir a Deus a força para sair de nós mesmos a fim de renovar o nosso 'sim'”, afirmou o Papa.
Nem sempre é fácil se render à vontade de Deus, como Jesus e a Virgem Maria o fizeram, mas somos convidados pelo próprio Senhor a seguir a vontade de Deus todos os dias, mesmo quando Ele fala da cruz, para viver uma crescente intimidade com Ele, trazendo a esta terra um pouco da vontade de Deus Pai.
L’Osservatore Romano

Quero ser livre!

Quero ser livre!

Ser livre não é “fazer tudo o que eu quero”
A maior aspiração do ser humano é a felicidade. E isso é consequência natural de termos sido criados à “imagem e semelhança  de Deus" (cf. Gen 1,26), para participar de Sua vida bem-aventurada. O Catecismo da Igreja Católica, no primeiro parágrafo, afirma: "Deus, infinitamente Perfeito e Bem-aventurado em si mesmo, em um desígnio de pura bondade, criou livremente o homem para fazê-lo participar da sua vida bem-aventurada" (n.1).
Já que o homem foi feito "por Deus" e "para Deus" ele só conseguirá ser feliz “em Deus”. Todos os outros caminhos de felicidade serão frustrantes, e a fome de ser feliz não será saciada plenamente. Santo Agostinho (354-430), um dos maiores pensadores de todos os tempos, depois de buscar a felicidade nos prazeres do mundo, como na retórica, na oratória, no maniqueísmo e em tantas outras estrepolias, somente saciou o seu coração quando encontrou o Evangelho. Logo no início das suas "Confissões", diz: “Nos fizestes para Vós e o nosso coração não descansará enquanto não repousar em Vós”.
E adiante, lamenta ter  demorado  tanto para ter descoberto a verdadeira fonte da felicidade: “Ó Jesus Cristo, amável Senhor, por que, em toda a minha vida amei, por que desejei outra coisa senão Vós?”

Sem Deus não há autêntica liberdade e  felicidade. O Criador não quis para nós uma felicidade pequena, esta que se encontra entre as coisas do mundo: o prazer dos sentidos, o delírio das riquezas ou o fascínio do poder e do prestígio. Não. Isso é muito pouco para nós. Deus quis que a  nossa felicidade fosse muito maior; quis que fosse Ele  próprio. E isso é um grande ato de amor do Pai para conosco. O Pai sempre quer “o melhor”  para o filho. Daí se conclui que a fome de felicidade do homem  é infinita e não pode ser saciada sem Deus Pai, que é infinito. É fome de Deus.
Sem acolher Deus de coração aberto, que se revela pela criação, pela Bíblia, e por Jesus Cristo, que é a perfeita revelação do Pai (cf. Hb 1,2), o homem jamais experimentará a autêntica felicidade. E isso não é uma mera conclusão religiosa, é um fato de vida. Experimente hoje dar a um jovem tudo o que ele quiser: dinheiro à vontade, prazer até não poder mais, “curtição” de toda natureza, e você verá que a sua “fome” de felicidade continuará insaciada. Não fosse isso verdade, não teríamos muitos jovens de famílias ricas, mas delinquentes, envolvidos com as drogas, crimes, entre outros.

As estatísticas mostram que a maior quantidade de suicídios acontece com pessoas da classe alta. Por outro lado, vá a um mosteiro e pergunte a um monge, que abdicou de todos os prazeres do corpo e do espírito, para abraçar somente a Deus, se lhe falta algo para ele ser feliz. A resposta será "não"! Nada lhe falta, pois ele tem Tudo. Tem Deus.

A Igreja, de maneira insistente, nos ensina que: "O aspecto mais sublime da dignidade humana está nesta vocação do homem à comunhão com Deus... Pois se o homem existe, é porque Deus o criou por amor e, por amor, não cessa de dar-lhe o ser, e o homem só vive plenamente, segundo a verdade, se reconhecer livremente este amor e se entregar ao seu Criador" (Gaudium et Spes, 19).

Muitos pensam que abraçar a Deus, e viver uma vida em obediência às Suas leis de amor, significa “perder” a liberdade. Ao contrário, Deus é a verdadeira Liberdade e Verdade. É preciso distinguir entre liberdade e libertinagem, entre ser livre e ser libertino. Liberdade sem compromisso com a verdade e com a responsabilidade se torna libertinagem; e esta jamais poderá gerar a felicidade, já que vai desembocar no pecado. E “o salário do pecado é a morte” (cf. Rom 6,23).

Assista: "A liberdade da escolha" de padre Paulo Ricardo




Ser livre não é “fazer tudo o que eu quero”.  Não. Muitas vezes, isso é loucura.  A verdade é o trilho da verdadeira liberdade. Liberdade sem verdade é loucura. Será liberdade assegurar que dois mais dois são cinco? Será liberdade desrespeitar o catálogo do seu aparelho de TV e, em vez de ligá-lo em uma tomada de 110 volts, como manda, você  teimar em ligá-lo em outra de 220 volts? Será liberdade, por exemplo, usar drogas para sentir-se livre, mesmo destruindo a vida? Será liberdade usar o sexo sem o compromisso do casamento, apenas por prazer, mesmo sabendo que ele poderá gerar uma gravidez despreparada, um aborto, um adultério? Não. Tudo isso não é liberdade; é loucura!

A liberdade que gera a felicidade é alicerçada na verdade e na responsabilidade. Fora disso é loucura, libertinagem, irresponsabilidade... pecado, que  vai gerar a dor, o sofrimento e as lágrimas. Não queira experimentá-la. É muito melhor aprender com o erro dos outros. Abra os olhos e tenha coragem de ver!

“Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6).
Por mais duras que sejam as exigências do "Sermão da Montanha" (humildade total, mansidão, misericórdia, pureza de coração, castidade, jejum, esmola, oração, etc.), é aí que temos o código da liberdade e da felicidade autênticas. O Catecismo da Igreja Católica, no número 1.718, nos garante que: “As bem-aventuranças respondem ao desejo natural de felicidade”.
Foto Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

Quem é Jesus Cristo para mim?

Quem é Jesus Cristo para mim?

O Jesus dos Evangelhos é o Jesus real
Essa é uma pergunta que o Papa Bento XVI respondeu no seu livro “Dogma e Anúncio”. O Santo Padre afirmou que: “A partir de Jesus Cristo creio vislumbrar o que é Deus e o que é o homem”. Deus Pai não é só abismo infinito e altura infinita, mas também distância infinita e proximidade infinita. Podemos nos confiar a Ele e falar com Ele, pois Ele nos ouve, vê e ama. “Embora não seja tempo, contudo, tem tempo: também para mim”. Deus se revela em Jesus Cristo quando Este o chama de Pai, e por este mesmo dizer se une intimamente a nós.
Por um lado, o ser humano não é capaz de suportar o homem inteiramente bom, justo, amante da verdade, que não faz mal a ninguém. Quem é assim é crucificado pelo próprio homem. “Assim sou eu também – diz o Santo Padre – esta é a verdade assustadora que vem a mim de Cristo crucificado”. Por outro lado, o homem possui uma natureza capaz de ser expressão de Deus. Além disso, por esta mesma natureza, Deus pode unir-se ao homem.
Tais afirmações têm como fundamento a experiência pessoal do Papa de como Jesus Cristo entrou em sua vida. Ele encontrou Cristo na fé da Igreja, não com um grande personagem do passado, mas com “Alguém que vive e age hoje, que se pode encontrar hoje”. Jesus e a Igreja são inseparáveis e também se identificam. Todavia, Cristo supera infinitamente a Igreja, é o que diz o Concílio de Calcedônia: Ele é o Senhor da Igreja e a sua norma. Isso é, ao mesmo tempo, uma consolação e um apelo. É uma consolação porque Cristo está muito acima das leis e das coisas exteriores, mas também um apelo, pois “Ele exige muito mais do que a Igreja ousa exigir e, ao radicalismo das Suas palavras, só corresponde propriamente o radicalismo de decisões como as que realizaram o patriarca do deserto Santo Antão ou São Francisco de Assis ao aceitarem o Evangelho em sentido completamente literal”.

Assista: "Jesus presença real" - monsenhor Jonas Abib



O Jesus dos Evangelhos é o Jesus real, a quem posso me confiar com tranquilidade. A tradição dos Evangelhos nos dá informações sobre quem Jesus foi e é e, nela, Cristo se faz ouvir e ver sempre de novo. Desta forma, o Senhor continua a se manifestar a quem crê, com a Igreja, sobretudo na oração e nos sacramentos, tendo como destaque a Eucaristia.
Portanto, somente na experiência de fé com a pessoa de Jesus Cristo é possível compreender a radicalidade do chamado do Senhor aos homens. A parábola do jovem rico nos oferece um exemplo de quem não respondeu à voz do Pai e foi embora triste (cf. Mt 19, 22), pois não foi capaz de renunciar àquilo que era quase nada diante da grandeza e da riqueza dos bens celestes.
Para nós fica a pergunta que Cristo fez a Seus discípulos: “E vós”, retomou Jesus, “quem dizeis que eu sou?” (Mt 16, 15). Essa pergunta é fundamental no seguimento a Jesus, pois a resposta que dermos determinará todo o nosso intinerário de seguimento ao Senhor, que continua a chamar a cada um de nós à vivência radical de Seus ensinamentos; pois conforme chamou aquele jovem o Senhor hoje diz a nós: “vem e segue-me” (Mt 19, 21).
Natalino Ueda
Missionário da Comunidade Canção Nova

Acenda a luz!

Luz do afeto, do carinho, do elogio, da valorização
A Igreja reza confiante na Quaresma: “Ó Deus, que nos mandastes ouvir o vosso Filho amado, alimentai nosso espírito com a vossa palavra, para que purificado o olhar de nossa fé, nos alegremos com a visão da vossa glória”. Mas é bem realista perceber que há muitos fatos e problemas que dificultam nosso “olhar de fé”. Multiplicam-se notícias de atos violentos e um sem número de crimes que nos deixam estarrecidos. Num hipotético campeonato de violência e criminalidade, nossa Belém já está à frente de muitas outras regiões do país. A vida é banalizada, mata-se quase por brincadeira, o trânsito se torna caótico e violento.
Nosso sistema se saúde, dos melhores do mundo em sua concepção, não consegue se universalizar. Ainda que nosso país experimente uma fase positiva de crescimento econômico, persistem as desigualdades sociais e muitos dos projetos pessoais desmoronam como castelos de areia. Já estamos pagando muito caro pelas opções feitas pela sociedade nas últimas gerações. Como olhar com fé todas estas realidades e enfrentar os desafios que nos cercam?

Deus não arquitetou qualquer castigo para a humanidade, justamente porque Ele é só Amor. Nós mesmos combinamos nossas terríveis armações e nos enredamos de tal forma que se erguem verdadeiros becos sem saída, dificultando a percepção dos rumos a serem percorridos. É como uma criança que ganhou um enorme brinquedo, cheio de aparatos eletrônicos, sem dúvida, maravilhosos, mas não sabe o que fazer com ele. Falta-lhe um manual de instruções! Parece-nos que estamos num túnel escuro, que muitos chegam a chamar de noite da cultura contemporânea.

Mesmo em quadros culturais diferentes, a natureza humana é sempre a mesma. Os primeiros discípulos de Jesus também se assustavam com as surpresas do caminho percorrido com Ele. Carregavam consigo as esperanças de séculos, no desejo sincero da chegada do Messias esperado. No entanto, justamente Aquele em quem aprenderam a depositar confiança parece-lhes misterioso demais para sua frágil capacidade de compreensão. Dura foi a progressiva percepção de que ir atrás d'Ele exigiria deles passar pela escuridão da cruz e da morte. Era-lhes escandalosa a perspectiva de que o sofrimento faz parte e é estrada para a realização plena de qualquer pessoa. O impasse em que se encontravam gritava pela luz!

Assista: "Uma dica para você viver bem a sua Quaresma" - Dom Alberto Taveira Corrêa




Alguns deles foram escolhidos para subir a um alto monte, que a tradição localizou no Tabor (cf. Mc 9, 2-12), para entenderem o segredo do Senhor. A atenção que lhes deu Jesus era tanta que até quis se cercar de testemunhas abalizadas: Moisés e Elias, a lei e os profetas. Mais ainda: abriu-lhes o Céu, permitindo-lhes ouvir o Pai do Céu: “Então desceu uma nuvem e os encobriu com sua sombra. E da nuvem saiu uma voz: Este é o meu Filho amado. Escutai o que ele diz!” Viram a alvura da glória de Jesus, mais bonita do que o trabalho da mais competente lavadeira do mundo. Ali, no turbilhão de interpretações sobre o Mestre, cercados pela perseguição e incompreensão, deviam entender que Deus é o senhor da história e que a saída tinha um nome, o de Jesus Cristo, o Filho amado a ser ouvido e seguido. Tiveram que aprender quando desceram do monte, pois foram obrigados ao silêncio, já que se tratava primeiro de viver do que falar.

Até hoje os cristãos se veem no mesmo impasse, pois estão inseridos nos mesmos desafios a que estão sujeitos seus contemporâneos. A violência e a criminalidade não pedem uma carteira de identidade religiosa, mas atingem a todos. As perguntas pelo sentido da vida continuam a nos provocar! O que fazer com o brinquedo que temos nas mãos, sabendo que dentro dele pode estar uma bomba-relógio?

O “manual de instruções” diz que há que se arriscar no seguimento de Jesus Cristo. Comece por ir atrás d'Ele, apostando na imensa legião de testemunhas, pessoas que passaram pelo "vale da sombra da morte" ou que foram conduzidas aos píncaros da contemplação de Seu amor. Com o tempo, a compreensão do sentido da existência acontece. Mas é preciso começar com a vida e com o coração. A noite da cultura é, em grande parte, fruto das pretensões de quem quer ser, com a própria cabeça, dono do mundo. Uma boa dose de simplicidade infantil e de gratuidade fará bem a todos.

Pessoas assim serão capazes de dar o primeiro passo. Nos quartos escuros da existência, levantar-se para acender a luz acaba desfazendo os pequenos ou grandes fantasmas. E mais ainda quando tomamos a iniciativa de oferecer a luz do afeto, o carinho do elogio, a valorização do bem, mesmo pequeno, que as pessoas sabem fazer. E se no mar de maldade existente pudermos ir ao encontro da humanidade desfigurada a fim de descobrir que ninguém foi feito para a perdição? Olhar ao redor e perceber que há uma nuvem (cf. Mc 9,7), símbolo da ação misteriosa do Espírito Santo, na qual podemos entrar para ouvir a voz do Pai do Céu!

Homens e mulheres de nosso tempo poderão oferecer o que têm de melhor, parecidos com Abraão, sem medo de dar a Deus o próprio filho (cf. Gn 22,1-18). Só assim Deus Pai poderá desfazer a triste lógica dos sacrifícios humanos que persistem até hoje. E Seu amor foi tão grande que aceitou entregar Seu Filho amado (cf. Rm 8,31-34), permitindo-Lhe entrar com amor infinito lá dentro da lógica irracional da maldade, para resgatar todos os homens e mulheres que, escravos do pecado, clamam por salvação. Com Sua graça e seguindo o rastro deixado por Ele, a luz se acende! Na grande cidade ou na grande humanidade, rostos transfigurados poderão emergir até das cinzas! A beleza e a bondade para as quais a humanidade foi criada virão à tona.
Foto Dom Alberto Taveira Corrêa

A oração dos 7 passos

A oração dos 7 passos

Uma forma prática para crescer na vida de oração
Por incrível que pareça é cada vez mais comum as pessoas do nosso tempo buscarem alguma forma para entrar em contato com o “ser superior” (como alguns chamam). Esse Ser Superior, para os cristãos e a maioria da humanidade, se chama “Deus”! Ele traz um profundo desejo de estar cada vez mais próximo de você e de conversar com você. Um dos meios mais comuns para entrar em contato com o Senhor se chama: “oração“. Porém, a maioria das pessoas sente muita dificuldade para orar e costuma dizer:
1. “…não sei o que é isso direito…”
2. “…não sei como começar isso…”
3. “…até sei começar, mas logo paro de rezar (orar)…” [inconstância]
4. “…só rezo (oro) quando passo por dificuldades…”
5. “rezo (oro), sim, mas do meu jeito…”
6. “rezo (oro) sempre, em todo lugar… (na maioria das vezes uma desculpa de que ainda não aprendeu a orar direito).
Então, para tentar resolver alguns desses problemas, quero mais do que ficar dando explicações teológicas sobre oração. Vou lhe mostrar uma forma muito fácil e prática para você aprender a orar, a ter constância e crescer no relacionamento com esse “Ser Superior”, a quem chamamos de Deus. Prepare-se, vamos aprender a “Oração dos 7 Passos“.
1° Passo:
Determine um lugar para você orar, esse será o seu “cantinho de oração”; nada daquela história de “oro no ônibus”, “no caminho para a escola”, claro você também pode fazer isso nestes momentos, mas Deus é Pai e não quer que você fique só com “lanchinhos”, entende? A oração pessoal deve ter lugar próprio, porque é refeição completa! Você precisa de um lugar no qual as pessoas não o fiquem atrapalhando ou o interrompendo, estamos em busca de um lugar que lhe proporcione intimidade. Existem muitas opções: uma capela (igreja), um lugar mais afastado da casa, um quarto, etc. Agora descubra o seu lugar de oração!
2° Passo:
Geralmente estamos acostumados a orar (rezar) enquanto sentimos vontade de orar (rezar), mas aprendi que “sem disciplina não há santidade” e poderia dizer mais: “sem disciplina não há intimidade”, por isso existem dias em que você ora (reza) muito tempo e outros em que você não quer rezar (orar) nada, e diz: “estou sem vontade”… “estou cansado”… “com sono”… “foi muito corrido o dia”; e por aí vai. Por isso você precisa determinar quanto tempo você vai dar para Deus por dia, talvez para alguns fique fácil de entender assim: é como um dízimo do tempo, pense quanto tempo você deu para a internet? Para a TV? Para os amigos? Para a família? Para o trabalho? Etc. E para Deus? Quanto tempo você tem? Uma dica e uma regra, primeiro a dica: nunca comece com muito tempo, é como na academia: vá devagar no começo (10 minutos?) e depois vá aumentando; e a regra: o tempo sempre pode aumentar, mas nunca diminuir! O importante para Deus não é quantidade, mas o amor com que você reza (ora) e não importa se está cansado ou coisa do tipo; o Senhor o aceita mesmo assim! Não tem desculpa. E aí? Quanto tempo vai dar para Deus? Ah! Escolha também o melhor horário do dia (manhã, tarde, noite ou madrugada?).
3° Passo:
Rezar (orar) um Pai-Nosso e uma Ave-Maria. O Pai-Nosso foi a oração que Jesus nos ensinou (cf. Mt 6, 9-13), nela vamos encontrar grandes ensinamentos que o Senhor nos deixou; e também a Ave-Maria, pois, quando recitamos essa oração, realizamos uma profecia bíblica, você sabia? Veja o que a Bíblia diz em Lucas 1, 48: “…Sim, de agora em diante todas as gerações me proclamarão bem-aventurada”. A maior proclamação que ela é “bem-dita” na verdade é feita pelo próprio Deus, o Anjo Gabriel, disse: “Ave Maria, cheia de Graça, o Senhor é convosco” (Lc 1, 28). Recitar a Ave-Maria é fazer eco da voz de Deus no tempo que se chama hoje; e na segunda parte: “Santa Maria mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte, amém”. Não há nada de errado também; que ela é santa todo o mundo sabe, nós a chamamos de Mãe de Deus somente porque Jesus é Deus e, no fim, pedimos que interceda por nós, mais ou menos como muitas pessoas fazem pedindo uns aos outros oração. Fique tranquilo, pode rezar (orar) sem medo.
4° Passo:
Chegou a hora de louvar, isso significa agradecer. Neste momento você deve ir se lembrando de tudo o que você passou neste dia ou no dia anterior, ou até mesmo lembranças que vierem à sua mente neste momento, pode agradecer a Deus, pode fazer mais ou menos assim: “Senhor, eu Te louvo, porque hoje eu abri meus olhos e vi as nuvens no céu, elas estavam lindas. Senhor, eu Te louvo, porque hoje não me faltou o alimento, Te louvo porque sei que estás sempre ao meu lado. Eu Te louvo por tudo… por aquilo que foi bom e por aquilo que ainda não foi bom…”.
5° Passo:
Todo o mundo erra, não é verdade? Então vamos pedir perdão ao Senhor por todas as coisas que fizemos e não foram muito legais, um dia li no Evangelho que Jesus chorava (cf. Lc 19,41), Ele chorava porque os pecados que aquelas pessoas cometiam não machucavam somente elas mesmas, mas machucavam também o Seu Coração… E o mesmo Jesus que as amava o ama também. Por isso, vamos pedir perdão ao Senhor pelas vezes em que erramos e fizemos aquilo que não deveríamos fazer; pode começar assim: “Senhor, me perdoe… hoje eu menti, tive vergonha de assumir a verdade. Senhor, me perdoe também quando fiquei com muita raiva daquela pessoa… Senhor, perdão…”.
6° Passo:
Agora é o mais fácil: chegou a hora de pedir, fazer a sua prece, seus pedidos. Uma dica: você pode começar pedindo pelos outros e deixar para o fim os seus pedidos pessoais. Quando fizer os seus pedidos lembre-se disso: “A confiança que depositamos nele é esta: em tudo quanto lhe pedirmos, se for conforme à sua vontade, Ele nos atenderá” (I Jo 5,14).
7° Passo:
Oração é diálogo, é conversa, e em uma conversa sempre existe a hora de ouvir; portanto, chegou a hora de ouvir. Hora de ouvir a Deus, talvez pense: “Nossa! Isso é muito difícil…” Não é não! Vou lhe mostrar: você tem Bíblia? Se não tiver é bom comprar uma, se perdeu é bom achá-la (risos). E se você estiver lendo esse texto no computador é só procurar no Google (ou outro buscador) por “Bíblia”, se quiser tem uma versão em pdf. Então pegue sua Bíblia e leia (ouça… risos) uma parte qualquer e depois em silêncio. Deixe ressoar dentro de você a “Voz de Deus”, viu como é fácil? Uma dica: se você está começando a ter contato com a Sagrada Escritura agora, então comece pelo Novo Testamento, é uma linguagem mais próxima da nossa ou então pelos Salmos, também será um bom começo e quando não entender alguma coisa, procure pessoas que realmente o ajudem e não o deixem mais confuso (a).
Pronto! Agora você já pode ter uma vida de oração constante, seja fiel, se marcou um lugar e uma hora, então você tem um encontro: “Um encontro com Deus”. Não falte, tenha certeza: Ele não vai faltar! Não pare de caminhar, esses simples 7 passos vão levá-lo ao Céu!
Orar com música também é muito bom.

Assista Eliana Ribeiro cantando - "Graças, Pai"

Perseverança até quando?

Perseverança até quando?

Somos chamados ao heroísmo da fé
O ser humano é realmente frágil diante das agruras da vida. Somos capazes de grandes heroísmos. Mas diante da presença do mal, das oposições contínuas de gente mal-intencionada, sentimos a falta de coragem. A tentação da fuga, pura e simples, é uma alternativa aliciadora. “Todos os discípulos, deixando-o, fugiram” (Mt 26, 56). Nisso somos parecidos com os animais que, diante do perigo, por instinto de conservação, fogem rapidamente.

Os homens, por educação ou por graça divina (martírio), têm a capacidade de resiliência. Essa capacidade nos faz esperar que os tempos mudem, e tudo pode tomar um rumo novo. As pessoas, – homens ou mulheres, e até jovens – que têm perseverança e firmeza de conduta tornam-se arrimo para outros mais frágeis. Os que têm personalidade, e não se deixam desviar dos seus intentos, são líderes e vencedores. Essas pessoas se tornam heroínas pelo fato de abrirem caminho aos pusilânimes. Mas a perseverança é virtude proposta a todos, não só aos heróis. Este desafio nos é aberto em dois sentidos.

Assista: "Superar as tentações com alegria", com padre Fabrício Andrade




Antes de tudo, somos chamados ao heroísmo da fé. A tentação do desânimo, de abandonarmos a fé diante de outras propostas mais tentadoras, de alcançarmos a solução dos problemas pela via rápida dos milagres fáceis, pode nos fazer balançar. “Maldito seja aquele que vos anunciar um evangelho diferente daquele que eu anunciei” (Gal 1, 8).

A Igreja possui a doutrina de Jesus (imagem do Pai). Nesta doutrina seremos perseverantes e seguiremos o que ensinavam os apóstolos: “Sede firmes na fé”. Entre nós católicos há muitos que se deixam seduzir com facilidade, e abandonam a fé do seu batismo, para aderirem a soluções menos complicadas. Outro chamado, feito a todos, é de sermos perseverantes na prática do bem. Trabalhar gratuitamente em benefício dos outros pode cansar. As ingratidões e a falta de compromisso podem nos levar ao desânimo e a “jogar tudo para cima”. É mais fácil ter vida mansa e assistir tudo de camarote. Mas a Escritura nos alerta: “Quem for perseverante até o fim, este será salvo” (Mt 10, 22).
Dom Aloísio Roque Oppermann scj

Santos de carne e osso

Santos de carne e osso

O verdadeiro santo foge das condecorações e elogios
Há muitos santos modernos agindo em nome de Deus e vivendo uma caridade séria, não fingida, sem caricatura e sem teatralidade. Não parecem santos, mas o são. Guardaram-se para seu Criador, aceitam Jesus, vivem para sua família, para o grande amor de suas vidas, são fiéis à verdade, aos amigos, à palavra dada, e ao seu batismo.

Não têm nem cara nem trejeitos de santos, mas estabeleceram um projeto de vida e o constroem tijolo por tijolo, ato por ato, coerência por coerência. Muitas pessoas nem percebem que eles são santos, porque são gente de carne e osso como nós. Mas uma análise do que fazem pelos outros, da sua humildade, da sua fé e da sua serenidade aponta para mais um dos santos que Jesus formou.

Diferente é o santo fingido. Ele decidiu que gostaria de ser visto como santo pela projeção social, como no tempo de Jeremias, 650 anos antes de Jesus e no tempo do próprio Jesus, quando posar de santo e de profeta dava lucro e angariava louvores e primeiros lugares. Então muita gente fingia jejuar e orar ostentado uma santidade que não tinha. E havia os que garantiam que Deus falava com eles e que eles sabiam levar a Deus [aos demais]. Ganhavam seu sustento com sua cara de santos. Isaías, Jeremias, Jesus e os apóstolos alertaram sobre eles.

Mas como muita gente adora uma novela e não dispensa um teatro, sempre haverá quem despreze o santo sereno que não dá espetáculo e corra atrás do que grita, chora, esperneia, garante visões, revelações quentíssimas, curas e milagres em local dia e hora marcados. Trocam a verdade, a simplicidade e a honestidade do santo que não faz marketing pelo "pseudossanto" que dá espetáculo, cura dramaticamente, entrevista o demônio ao microfone e transforma a fé em espetáculo.

Até que ponto isso é válido? Que santidade é essa em que não só a mão esquerda sabe o que faz a direita como também câmeras e microfones veiculam aquilo para todo o mundo? O mesmo Jesus que disse para anunciar a verdade por sobre os telhados e que nossa luz brilhasse, teve o cuidado de mandar que orássemos de portas trancadas e que não fizéssemos alarde da nossa caridade e dos nossos carismas. Ele mesmo pedia que os beneficiados por Ele não espalhassem a notícia.

Jesus, que é santo de verdade e nunca fingia poder ou santidade, e que nos pediu que seguíssemos Seu exemplo a ponto de, elogiados e incensados, dizermos que não fizemos mais do que nossa obrigação e que não buscássemos os primeiros lugares, este mesmo Jesus concordaria com o que se vê na mídia religiosa de hoje?

Uma coisa é ser santo sem caricatura, sem cabeça torta, sem chorar orando e dando murros no chão, sem dramaticidade televisiva, com atos de justiça que só Deus vê porque aquele cristão não divulga o bem que faz. Outra coisa é buscar os holofotes e desabridamente, sem nenhum escrúpulo, chamar a atenção para si mesmo, para sua obra e garantir que Deus quer que ele ou ela apareçam para Sua maior honra e glória. Pior ainda: ganhar dinheiro grosso em cima dessa exibição de santidade. Cristo condenou e criticou os fariseus que assim agiam.

Santo que é santo não finge que o é. É discreto. Faz o que deve fazer e foge do incenso, das condecorações e dos elogios. Há santos de verdade ao nosso redor e há caricaturas de santos vendendo e ostentando uma fé que aponta mais para si mesmos do que para Jesus, cujo nome usam com estardalhaço.

Você que crê na Bíblia terá que escolher a quem seguir. Aos que dão a entender que são os novos santos ou os que nada dizem; simplesmente vivem a Palavra e a praticam.

Se você é dos que dizem que ainda não estão convertidos, mas que estão se convertendo, merecerá mais crédito do que os que garantem que Jesus os salvou e que eles sabem o caminho. Em termos de fé quem segue procurando está mais perto do que aquele que diz ter achado e agora aponta para si mesmo como exemplo do que Deus faz por um pecador. Eu prefiro o santo que aponta para os outros convertidos e santos e não fala nada sobre si mesmo, exceto que precisa de preces para ser mais de Cristo.

Desconfiemos de santos que gostam de medalhas, condecorações, incensos e elogios. Apostemos em que só os aceita por obediência.
Pe. José Fernandes de Oliveira - Pe. Zezinho, scj

Abra as portas para o Senhor entrar

Abra as portas para o Senhor entrar

Maranatha! Vem, Senhor Jesus!
“Levantai, ó portas, os vossos frontões, erguei-vos, portas antigas, para que entre o rei da glória. Quem é este rei da glória? É o Senhor forte e poderoso, o Senhor poderoso no combate. Levantai, ó portas, os vossos frontões, erguei-vos, portas antigas, para que entre o rei da glória. Quem é este rei da glória? O Senhor dos exércitos – é ele o rei da glória” (Sl 23, 7-10).
Nós Te oferecemos, Senhor Jesus Cristo, Redentor do mundo, as chaves de nossa cidade e de nossos corações. Não fazemos mais do que Te retribuir, pois as chaves da inteligência e da vontade nos foram outorgadas pela benevolência com que fomos criados. Feitos para Deus e para olhar para o alto e para frente, queremos recuperar hoje nossa dignidade e dizer-Te que és bem-vindo. Bendito o que vem em nome do Senhor!
Vem falar em nossas praças, Senhor Jesus Cristo, proclamando presente o Reino de Deus. Faze-nos entender Teus mistérios, pois ele chega como luz, sal, fermento, semente que morre para se multiplicar! Ajuda-nos a vê-Lo, cidade construída num lugar alto! Ensina-nos de novo que o Reino está no meio de nós. Grita de novo, Senhor Jesus, o apelo à conversão. Muda nossa mentalidade, Senhor, para Te acolhermos de coração sincero.
Vem entre nós, Jesus Salvador, novo Moisés, proclamar a carta do Reino, o Sermão da Montanha. Vence nossas resistências para acolher a novidade que trazes. Vem fazer-nos pobres em espírito,para acolhermos o Reino. Vem fazer-nos chorar com os que choram. Vence nossas agitações com Tua mansidão, que faz vir a terra em herança para Teus amados. Dá-nos fome e sede de justiça. Dá-nos pureza de coração para ver a Deus! Faze-nos promover a paz, pois nos chamaste a sermos filhos de Deus.
Recebe, Senhor Jesus, as cândidas aclamações de nossas crianças. Dá-nos preservar nelas a simplicidade e a pureza. Faze com que se transformem em multidão de hosanas. Venha qual rio em tempo de cheia a torrente esperançosa de nossos jovens inquietos. Que eles Te busquem e Te recebam, Senhor! Vem ao encontro do desejo do bem que existe em seus corações. Faze-os superar a avalanche da maldade e do egoísmo que pretende engolir suas boas intenções!





Entra em nossas casas, Senhor, como entraste na casa de Simão Pedro para levar a cura! Vem tomar refeição em nossa casa, para pôr às claras nossos julgamentos, como fizeste na casa de outro Simão. Deixa-nos abrir os telhados para que Te encontrem os paralíticos de todas as doenças do corpo e da alma. Vem para a mesa da amizade, na Betânia de nossas famílias, e faze-nos Marta e Maria para achegar-nos a Ti. Vem transformar, em nossas famílias, a água no vinho novo da festa do Reino de Deus, como em Caná!
Vem encontrar, Senhor Jesus Cristo, as pessoas inquietas que a portas entreabertas Te querem conhecer e suplicam que alguém as conduza a saudar-Te e ouvir-Te dizer: “Ninguém te condenou? Nem eu te condeno! Vai e não peques mais!” Seja-lhes concedido superar a vergonha pelos pecados cometidos, para a festa do abraço da misericórdia.
Vem, Senhor, percorrer nossas ruas, para encontrar os andarilhos e aqueles que dormem às portas de nossas casas comerciais. Ensina-nos a dizer-Te com eles que somos cegos à beira do caminho e queremos ver-Te. Convence-nos, Jesus de bondade, a deixar-nos lavar da sujidade de nossas misérias na piscina de Tua bondade infinita, que nos leva a tomar nas mãos, um dia depois do outro, os leitos em que jazemos. Lava todas as maldades de nossa terra, Senhor Jesus!
Vem, ó Filho de Davi, realizar as esperanças dos séculos que Te aguardaram e preparam Teus caminhos. Glória, louvor e honra a Ti, Cristo Rei, Redentor. Sobe a Ti nosso piedoso Hosana e o clamor dos pequenos. Veio a Ti o povo hebreu, com seus ramos e suas palmas. Avance pelas nossas ruas o cortejo daqueles que Te celebram, trazendo os hinos e aclamações (Cf. Liturgia do Domingo de Ramos).
Vem tomar posse de nossa terra para que Te pertençam o povo e as casas, os palácios e os casebres! Sejam iluminados os meandros mais escuros de nossas almas para que tudo seja dia, como naquela Jerusalém celeste, onde Tu serás a luz verdadeira. Nela não entrará nada de impuro, nem alguém que pratique a mentira, mas somente os que estão inscritos no livro do Cordeiro (Cf. Ap 21,22-27).
Vem, Senhor Jesus! Vem, Jerusalém do alto, esposa do Cordeiro! Venha o que é novo, Venha o Senhor, Salvador e Redentor! Bendito o que vem em nome do Senhor!


13. 2012. PORTAS ABERTAS
Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo Metropolitano de Belém


Levantai, ó portas, os vossos frontões, erguei-vos, portas antigas, para que entre o rei da glória. Quem é este rei da glória? É o Senhor forte e poderoso, o Senhor poderoso no combate. Levantai, ó portas, os vossos frontões, erguei-vos, portas antigas, para que entre o rei da glória. Quem é este rei da glória? O Senhor dos exércitos – é ele o rei da glória” (Sl 23, 7-10).
Nós te oferecemos, Senhor Jesus Cristo, Redentor do mundo, as chaves de nossa cidade e de nossos corações. Não fazemos mais do que retribuir-te, pois as chaves da inteligência e da vontade nos foram outorgadas pela benevolência com que fomos criados. Feitos para Deus e para olhar para o alto e para frente, queremos recuperar hoje nossa dignidade e dizer-te que és bem vindo. Bendito o que vem em nome do Senhor!
Vem falar em nossas praças, Senhor Jesus Cristo, proclamando presente o Reino de Deus. Faze-nos entender seus mistérios, pois ele chega como luz, sal, fermento, semente que morre para se multiplicar! Ajuda-nos a vê-lo, cidade construída num lugar alto! Ensina-nos de novo que o Reino está no meio de nós. Grita de novo, Senhor Jesus, o apelo à conversão. Muda nossa mentalidade, Senhor, para te acolhermos de coração sincero.
Vem entre nós, Jesus Salvador, novo Moisés, proclamar a carta do Reino, o Sermão da Montanha. Vence nossas resistências para acolher a novidade que trazes. Vem fazer-nos pobres em espírito, para acolhermos o Reino. Vem fazer-nos chorar com os que choram. Vence nossas agitações com tua mansidão, que faz vir a terra em herança para teus amados. Dá-nos fome e sede de justiça. Dá-nos pureza de coração, para ver a Deus! Faze-nos promover a paz, pois nos chamaste a sermos filhos de Deus.
Recebe, Senhor Jesus, as cândidas aclamações de nossas crianças. Dá-nos preservar nelas a simplicidade e a pureza. Faze com que se transformem em multidão de hosanas. Venha qual rio em tempo de cheia a torrente esperançosa de nossos jovens inquietos. Que eles te busquem e te recebam, Senhor! Vem ao encontro do desejo do bem que existe em seus corações. Faze-os superar a avalanche da maldade e do egoísmo que pretende engolir suas boas intenções!
Entra em nossas casas Senhor, como entraste na casa de Simão Pedro, para levar a cura! Vem tomar refeição em nossa casa, para pôr às claras nossos julgamentos, como fizeste na casa de outro Simão. Deixa-nos abrir os telhados para que te encontrem os paralíticos de todas as doenças do corpo e da alma. Vem para a mesa da amizade, na Betânia de nossas famílias, e faze-nos Marta e Maria para achegar-nos a ti. Vem transformar, em nossas famílias, a água no vinho novo da festa do Reino de Deus, como em Caná!
Vem encontrar, Senhor Jesus Cristo, as pessoas inquietas que a portas entreabertas te querem conhecer e suplicam que alguém as conduza a saudar-te e ouvir-te dizer “Ninguém te condenou? Nem eu te condeno! Vai e não peques mais!” Seja-lhes concedido superar a vergonha pelos pecados cometidos, para a festa do abraço da misericórdia.
Vem, Senhor, percorrer nossas ruas, para encontrar os andarilhos e aqueles que dormem às portas de nossas casas comerciais. Ensina-nos a dizer-te com eles que somos cegos à beira do caminho e queremos ver-te. Convence-nos, Jesus de bondade, a deixar-nos lavar da sujidade de nossas misérias na piscina de tua bondade infinita, que nos leva a tomar nas mãos, um dia depois do outro, os leitos em que jazemos. Lava todas as maldades de nossa terra, Senhor Jesus!
Vem, ó Filho de Davi, realizar as esperanças dos séculos que te aguardaram e preparam teus caminhos. Glória, louvor e honra a ti, Cristo Rei, redentor. Sobe a ti nosso piedoso Hosana e o clamor dos pequenos. Veio a ti o povo hebreu, com seus ramos e suas palmas. Avance pelas nossas ruas o cortejo daqueles que te celebram, trazendo os hinos e aclamações (Cf. Liturgia do Domingo de Ramos).
Vem tomar posse de nossa terra, para que te pertençam o povo e as casas, os palácios e os casebres! Sejam iluminados os meandros mais escuros de nossas almas, para que tudo seja dia, como naquela Jerusalém celeste, onde tu serás a luz verdadeira. Nela não entrará nada de impuro, nem alguém que pratique a mentira, mas somente os que estão inscritos no livro do Cordeiro (Cf. Ap 21,22-27).
Vem, Senhor Jesus! Vem, Jerusalém do alto, esposa do Cordeiro! Venha o que é novo, Venha o Senhor, Salvador e Redentor! Bendito o que vem em nome do Senhor!



Foto Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA

Insegurança, o desafio nosso de cada dia

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Insegurança, o desafio nosso de cada dia

Não deixe esse sentimento tomar conta de você
Quando éramos apenas crianças, nossos pais assumiam a frente daquilo que precisávamos fazer. Eles eram nossos tutores e em todas as nossas necessidades ou dúvidas nós recorríamos a eles.
Hoje, muitas vezes, hesitamos diante de uma situação quando queremos nos arriscar em algo novo. Seja numa troca de emprego ou numa nova atividade profissional, seja na compra de uma casa ou em qualquer outra situação, que possa acarretar uma escolha definitiva, nossos temores certamente vão aflorar. Com isso, a preocupação e o medo de perder aquilo que já foi conquistado impedem a pessoa de viver uma nova experiência.
Quando consideramos algum tipo de mudança em nossa vida significa que não nos sentimos completamente felizes na condição atual. A falta de perspectiva ou algum outro tipo de insatisfação nos levam a cogitar a possibilidade de sair da comodidade que vínhamos vivendo. Mas, ainda assim, a nossa insegurança nos prende àquilo com o que estávamos acostumados ou nos fazia nos sentir seguros.

Assista: "Confie seus problemas a Deus", com Eliana Ribeiro 




Dentro de um relacionamento, alguém inseguro nunca se sente confortável, pois o temor constante de perder a quem conquistou faz com que ele acabe tentando controlar, acirradamente, os passos de quem ama. Entretanto, há quem viva no extremo desse mal e, da sua insegurança exacerbada, nutre o ciúme. Na tentativa de proteger-se daquilo que assombra seus pensamentos, a pessoa insegura formula para a outra com quem se relaciona quase que um inquérito se a vê conversando com alguém ou se, por um contratempo, o encontro agendado é cancelado ou simplesmente adiado.
Acredito que todos nós, em vários momentos, já sentimos os efeitos da falta de segurança. Embora conheçamos o nosso potencial para realizar algo novo, sempre nos pegamos avaliando as possibilidades dos acontecimentos, caso estes não atinjam o resultado esperado. Pois, sabemos que, de alguma maneira, todas as nossas atitudes acabam apontando para um novo direcionamento de nossa vida.  Diante das incertezas ou do conhecimento sobre as consequências de uma ação  o medo nos freia.

Uma pessoa insegura se torna facilmente influenciada por outras por esperar delas a validação de seus atos. A insegurança talvez seja um dos maiores desafios que precisamos lutar para controlar.

Podemos nos aconselhar com pessoas mais experientes sobre determinado assunto, ou até mesmo saber a opinião daquele com quem nos relacionamos sobre nossos objetivos, mas cabe a nós assumirmos a responsabilidade dos compromissos que queremos abraçar.

A confiança é um processo gradual e lento
que vem acompanhada do amadurecimento. Precisamos trabalhar para conquistá-la, pois é com essa virtude que aprenderemos a enfrentar os desafios impostos pela vida.

Foto Dado Moura
contato@dadomoura.com

Quer fazer bem todas as coisas?

Quer fazer bem todas as coisas?

Aprenda com Jesus a não deixar nada pela metade
“Ele tem feito bem todas as coisas” (Mc 7,37). Com essa frase do Evangelho de São Marcos, podemos ver um traço da personalidade de Jesus. Era um homem maduro em todos os sentidos. A maturidade é sinônimo de eficiência, eficácia e simplicidade. Em suma, maturidade é sinônimo de santidade!
Afetivamente: maduro! Psicologicamente: maduro! Politicamente: maduro! Espiritualmente: maduro! Jesus Cristo era tão maduro que, no derradeiro dia, prestes a entregar-se nas mãos do Pai Celeste, afirmou: “Tudo está consumado!” (Jo 19,30). Que êxito! Os seus 33 anos bem vividos. Não faltava nada! Tudo foi “bem” feito. Não deixou as coisas “pela metade”. Não precisou de um dia a mais. Nem mesmo um minuto além do que Lhe foi dado. Tudo consumado! Bem diferente de algumas pessoas que chegam ao final da vida com “tudo consumido”. Que incrível diferença faz uma única letra: consumado, consumido. Que alegria seria se muitos dos nossos políticos pudessem ter um fim de mandato semelhante ao de Cristo. Que honra seria saber que muitos padres, pais, médicos, professores, profissionais das mais variadas áreas, encerraram a carreira com tudo “consumado” e não “consumido”!
A maturidade de Cristo se dá não apenas por talento pessoal ou predisposição genética. É verdade que Seus pais: Maria e José, eram justos; isto é, cumpriam fielmente o que lhes era recomendado pela lei religiosa. Mas acima de tudo, Jesus aprendeu isso de Seu Pai Celeste. No início da Bíblia, vemos que Deus criou o mundo e viu que tudo era bom (cf. Gn 1,10). Ou seja, a obra do Todo-poderoso é boa! É bem feita! É perfeita!
Que necessidade temos de aprender essa qualidade de Jesus

Você é uma vocação. Você é um chamado.

Você é uma vocação. Você é um chamado.


Falamos muito de vocação. Quando dizemos que alguém tem vocação, afinal o que queremos dizer? A palavra vocação vem do verbo no latim “vocare” (chama?). Assim vocação significa chamado. É, pois, um chamado de Deus. Se há alguém que chama, deve haver outro que escuta que responde.
A vida de todo ser humano é um dom de Deus. “Somos obra de Deus, criados em Cristo Jesus” (Ef 2,10). Existimos, vivemos, pensamos, amamos, nos alegramos, sofremos, nos relacionamos, conquistamos nossa liberdade diante do mundo que nos cerca e diante de nós mesmos.
Não somos uma existência lançada ao absurdo. Somos criaturas de Deus.
Não existe homem que não seja convidado ou chamado por Deus a viver na liberdade, que possa conviver, servir a Deus através do relacionamento fraternal com os outros.
Você é uma vocação. Você é um chamado.
Encontramos na Bíblia muitos chamados feitos por Deus: Abraão, Moisés, os profetas… Em todas as escolhas, encontramos:
  • Deus chama diretamente, pela mediação de fatos e acontecimentos, ou pelas pessoas.
  • Deus toma a Iniciativa de chamar.
  • Escolhe livremente e permite total liberdade de resposta.
  • Deus chama em vista de uma missão de serviço ao povo.
Vocação é o encontro de duas liberdades:
  • a de Deus que chama
  • a do Homem que responde
Podemos fazer uma distinção entre os chamados: vocação à existência, vocação humana, vocação cristã e vocação específica, uma sobrepondo-se à outra.
Vocação à existência -À vida
Foi o primeiro momento forte em que Deus manifestou todo o seu amor a cada um de nós. Deus nos amou e nos quis participantes de seu projeto de criação como coordenadores responsáveis por tudo o que existe. Fomos criados à imagem e semelhança de Deus. A vida é a grande vocação. Deus chama para a vida, e Jesus afirma que veio para que todos a tenham em abundância. (Jo 10,10)
Vocação humana – Ser gente, ser pessoa
Foi nos dada a condição da “liberdade dos filhos de Deus”, inteligência e vontade. Estabelecemos uma comunhão com o Criador e, nessa atitude dialogai, somos pessoas. A pessoa aprende a conviver, a dialogar, enfim, a se relacionar. Todos têm direitos e deveres recíprocos.
Infelizmente, a obra-prima do Criador anda muito desprezada: enquanto uns têm condições e oportunidades, outros vivem na miséria, sem condições básicas para ressaltar a dignidade com que foram constituídos. No mundo da exclusão acontece a “desumanização”‘e pode-se perder a condição de pessoa humana.
Vocação cristã – Vocação de filho, de batizado
Todo batizado recebeu a graça de fazer parte do povo eleito por Deus, de sua Igreja. Através da vocação cristã, somos chamados à santidade, vocação à perfeição, recebendo a mesma fé pela justiça de Deus. Fomos, portanto, eleitos e chamados pessoalmente por Cristo para ser, como cristãos, testemunhas e seguidores do Mestre Jesus. Chamados â fé pelo batismo, a pessoa humana foi qualificada de outra forma. Assim todos fazem parte do “reino de sacerdotes, profetas e reis”. (1 Pd 2,9)
Toda pessoa batizada tornou-se um seguidor de Cristo, participante de uma comunidade de fé que pode ser chamada para participar da obra de Deus, como membro de sua Igreja, seguindo caminhos diferentes:
Vocação laical (no matrimônio /no celibato / solteiro – apóstolo)
l Assim todo cristão solteiro ou casado, batizado em Cristo, tornando-’ se membro da sua Igreja, é convocado a ser apóstolo, anunciador do l Reino de Deus, exercendo funções temporais. O leigo vive na l secularidade e exerce sua missão insubstituível nos ofícios e trabalhos l deste mundo. O Concilio Vaticano II sublinhou que a vocação e a missão l do leigo “contribuem para a santificação do mundo, como fermento na \ massa’. (LG31)
Vocação ao ministério ordenado (diácono, padre e bispo)
É uma vocação de carisma particular, é graça, mas passa pela mediação da Igreja particular, pois as vocações são destinadas à Igreja. Acontece num acompanhamento sistemático, amadurecendo as motivações reais da opção. O ministro ordenado preside e coordena os serviços da comunidade. Por intermédio dos sacramentos, celebra a presença de Deus no meio do seu povo. O presbítero é enviado a pastorear e animar a comunidade. Ele é o bom pastor que guia, alimenta, defende e conhece as ovelhas. “Isto exige humanidade, caráter íntegro e maduro, virtudes morais sólidas e personalidade madura”. (OT 11)
Vocação à vida consagrada (ser irmão religioso ou irmã religiosa / vida ativa ou contemplativa)
O religioso é chamado a testemunhar Cristo de uma maneira radical, vivendo uma consagração total nos votos de pobreza, castidade e obediência. Com a pobreza, vivem mais livres dos bens temporais, tornando-se disponíveis para Deus, para a Igreja e para os irmãos. Com a castidade, vivem o amor sem exclusividade, sendo sinal do mundo l futuro que há de vir. Com a obediência, imitam a Cristo obediente e fiel à vontade do Pai.
Textos bíblicos
Mateus 25,14-30; João 14, 5 – 7
Leia estes textos com calma, um de cada vez, procurando trazê-los para a sua vida.
Precisamos distinguir bem vocação de profissão, pois não são exatamente a mesma coisa. Veja o quadro abaixo e observe a distinção entre uma e outra:
Profissão Vocação
1 . aptidão ou escolha pessoal para exercer um trabalho 1. chamado de Deus para uma missão, que se origina na pessoa como reação-aspiração do ser
2. preocupação principal: o “ter”, o sustento da vida 2. preocupação exclusiva: “o ser” , o amor e o serviço
3. pode ser trocada 3. é para sempre
4. é exercida em determinadas horas 4. é vivida 24 horas por dia
5. tem remuneração 5. não tem remuneração ou salário
6. tem aposentadoria 6. não tem aposentadoria
7. quando não é exercida, falta o necessário para viver 7. vive da providência divina
8. na profissão eu faço 8. ha vocação eu vivo
A profissão dignifica a pessoa quando é exercida com amor, espírito de serviço e responsabilidade. A vocação vivida na fidelidade e na alegria confere ao exercício da profissão uma beleza particular, é o caminho de santidade.
Fonte: www.catequisar.com.br