Quem é Jesus Cristo para mim?
O Jesus dos Evangelhos é o Jesus real
Essa é uma pergunta que o Papa Bento XVI respondeu no seu livro “Dogma e Anúncio”. O Santo Padre afirmou que: “A partir de Jesus Cristo creio
vislumbrar o que é Deus e o que é o homem”. Deus Pai não é só abismo
infinito e altura infinita, mas também distância infinita e proximidade
infinita. Podemos nos confiar a Ele e falar com Ele, pois Ele nos ouve,
vê e ama. “Embora não seja tempo, contudo, tem tempo: também para mim”.
Deus se revela em Jesus Cristo quando Este o chama de Pai, e por este
mesmo dizer se une intimamente a nós.
Por um lado, o ser humano
não é capaz de suportar o homem inteiramente bom, justo, amante da
verdade, que não faz mal a ninguém. Quem é assim é crucificado pelo
próprio homem. “Assim sou eu também – diz o Santo Padre – esta é a
verdade assustadora que vem a mim de Cristo crucificado”. Por outro
lado, o homem possui uma natureza capaz de ser expressão de Deus. Além
disso, por esta mesma natureza, Deus pode unir-se ao homem.
Tais afirmações têm como fundamento a experiência pessoal
do Papa de como Jesus Cristo entrou em sua vida. Ele encontrou Cristo
na fé da Igreja, não com um grande personagem do passado, mas com
“Alguém que vive e age hoje, que se pode encontrar hoje”. Jesus e a
Igreja são inseparáveis e também se identificam. Todavia, Cristo supera
infinitamente a Igreja, é o que diz o Concílio de Calcedônia: Ele é o
Senhor da Igreja e a sua norma. Isso é, ao mesmo tempo, uma consolação e
um apelo. É uma consolação porque Cristo está muito acima das leis e
das coisas exteriores, mas também um apelo, pois “Ele exige muito mais
do que a Igreja ousa exigir e, ao radicalismo das Suas palavras, só
corresponde propriamente o radicalismo de decisões como as que
realizaram o patriarca do deserto Santo Antão ou São Francisco de Assis
ao aceitarem o Evangelho em sentido completamente literal”.
Assista: "Jesus presença real" - monsenhor Jonas Abib
O Jesus dos Evangelhos é o Jesus
real, a quem posso me confiar com tranquilidade. A tradição dos
Evangelhos nos dá informações sobre quem Jesus foi e é e, nela, Cristo
se faz ouvir e ver sempre de novo. Desta forma, o Senhor continua a se
manifestar a quem crê, com a Igreja, sobretudo na oração e nos
sacramentos, tendo como destaque a Eucaristia.
Portanto, somente na experiência
de fé com a pessoa de Jesus Cristo é possível compreender a radicalidade
do chamado do Senhor aos homens. A parábola do jovem rico nos oferece
um exemplo de quem não respondeu à voz do Pai e foi embora triste (cf.
Mt 19, 22), pois não foi capaz de renunciar àquilo que era quase nada
diante da grandeza e da riqueza dos bens celestes.
Para nós fica a pergunta que
Cristo fez a Seus discípulos: “E vós”, retomou Jesus, “quem dizeis que
eu sou?” (Mt 16, 15). Essa pergunta é fundamental no seguimento a Jesus,
pois a resposta que dermos determinará todo o nosso intinerário de
seguimento ao Senhor, que continua a chamar a cada um de nós à vivência
radical de Seus ensinamentos; pois conforme chamou aquele jovem o Senhor
hoje diz a nós: “vem e segue-me” (Mt 19, 21).
Missionário da Comunidade Canção Nova
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